
Se você vai votar na próxima eleição, e tomara que vá, preste atenção em um detalhe que pode fazer toda a diferença na vida do país no fututo: o candidato a vice-presidente na chapa do seu escolhido.
Bobagem? Basta dar uma espiadinha no passado recente da história democrática do Brasil para percebermos que os vices-presidentes, em algumas oportunidades, se tornaram protagonistas durante os mandatos para os quais, em tese, seriam apenas coadjuvantes.
A historinha começa em 1985, na semi-abertura política do país. Naquele ano, a eleição foi indireta, já que a Lei Dante de Oliveira, que devolvia ao povo brasileiro o direito de escolher seu maior representante, não foi aprovada pelo Congresso Nacional no ano anterior.
Mas, sem a imposição dos Generais para que somente Comandantes de Tropas das Forças Armadas mandassem no Brasil, Deputados Federais e Senadores se reuniram para um plebiscito, que ficou conhecido como "eleição indireta".
Em janeiro daquele ano, os parlamentares puderam escolher o primeiro Presidente civil da República, depois do regime militar, que durou mais de 20 anos.
O Colégio eleitoral do país, formado pelas duas câmaras federais de Brasília, mais um representante de cada assembléia estadual, deu a vitória a Tancredo Neves, do PMDB, que carregava a tiracolo, um vice-presidente ligado ao partido dos militares. José Sarney foi, durante muito anos, fichado na UDN, a sigla que se transformou, mais tarde, em PDS. Mas, em razão de briguinhas internas, o político maranhense abandonou o barco e pulou de colete salva-vidas no bote do PMDB. Se deu bem, porque o desfecho da história é bem conhecido por todos nós. Tancredo ganhou a eleição mas nunca foi efetivamente presidente por causa de problemas de saúde que levaram à sua morte antes mesmo dele colocar a faixa presidencial nos ombros.
E aí, José Sarney, eleito apenas vice- presidente, se tornou o mandatário do país por longínquos cinco anos.
O presidente seguinte, eleito pelo voto do povo, foi Fernando Collor. Mas, atolado em escândalos de caixa 2 e benécias obtidas através de empresários em seu governo, o alagoano foi expurgado do seu mandato sem nem completar a metade do período que deveria ter ficado no gabinete da Presidência da República. De novo, um vice precisou assumir, dessa vez, foi o mineiro Itamar Franco, um democrata com um estilo mais conservador, bem diferente do arrojo que se propôs o "Caçador de Marajás", Fernando Collor.
Os Presidentes da República seguintes conseguiram atravessar todo o percurso para o qual foram eleitos sem os traumas de um processo de impeachment ou problemas de saúde. Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva chegaram até os últimos dias de governo sem precisar passar o bastão para seus vices.
A seguinte foi Dilma Rousseff. A caminhada dela ainda está bem viva na memória de todos nós. Em seu segundo mandato, a então Presidente da República, também foi desalojada da sala do poder em Brasília e o seu vice, Michel Temmer, assumiu. Os petistas vão passar a vida inteira dizendo que o cartão vermelho recebido pela governanta não passou de um golpe orquestrado pelo peemedebista, mas o certo é que, mais uma vez, em nosso país, o vice se tornou, no final, o protagonista!
Esse alerta deveria permear muito mais as cabeças dos políticos que adoram fazer acordos para alcançar o poder. Abraçam com o capeta achando que não serão espetados pelos tridentes dos demoninhos, e quando percebem que não vão governar sozinhos se arrependem.
E aí é como se diz no interior de Minas: depois que a procissão passou, não adianta tirar o chapéu.
Segue abaixo a lista dos 13 escolhidos pelos candidatos para serem seus vices:
ANA AMÉLIA (PP) – vice de Geraldo Alckmin (PSDB)
EDUARDO JORGE (PV) – vice de Marina Silva (Rede)
GENERAL HAMILTON MOURÃO (PRTB) – vice de Jair Bolsonaro (PSL)
GERMANO RIGOTTO (MDB) – vice de Henrique Meirelles (MDB)
HELVIO COSTA (DC) – vice de José Maria Eymael (DC)
HERTZ DIAS (PSTU) – vice de Vera Lucia (PSTU)
KÁTIA ABREU (PDT) – vice de Ciro Gomes (PDT)
LÉO ALVES (PPL) – vice de João Goulart Filho (PPL)
MANUELA D’ÁVILA (PCdoB) – vice de Fernando Haddad (PT)
PAULO RABELLO DE CASTRO (PSC) – vice de Alvaro Dias (Podemos)
PROFESSORA SUELENE BALDUINO (Patriota) – vice de Cabo Daciolo (Patriota)
PROFESSOR CRISTIAN (Novo) – vice de João Amoêdo (Novo)
SONIA GUAJAJARA (PSOL) – vice de Guilherme Boulos (PSOL)
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